No início deste mês, uma equipe de resgate do Instituto Australis resgatou uma tartaruga-verde com o casco coberto de algas e mariscos em uma praia de Palhoça, no litoral de Santa Catarina. De acordo com os pesquisadores encarregados do monitoramento das praias, o animal estava enfraquecido devido a uma infestação severa de mariscos, e a solicitação de resgate foi feita por banhistas presentes no local.

Segundo os veterinários da Unidade de Estabilização de Fauna Marinha da Universidade do Estado de Santa Catarina, a presença desses organismos, conhecidos como epibiontes e frequentemente encontrados nessa espécie, indicava que a tartaruga já estava debilitada há algum tempo, caracterizando um estado crônico de fraqueza.

A tartaruga foi submetida a um tratamento intensivo de estabilização, recebendo medicamentos, hidratação e suplementação alimentar. Com a melhoria do seu estado, os veterinários realizaram a limpeza do casco para remover a infestação e encaminharam o animal para o Tamar, na capital, onde está passando por reabilitação para, posteriormente, ser reintegrado à natureza.

O Projeto de Monitoramento de Praias da Bacia de Santos (PMP-BS) é uma iniciativa desenvolvida para avaliar o impacto das atividades de produção e escoamento de petróleo sobre aves, tartarugas e mamíferos marinhos. O PMP-BS, sob a gestão do Ibama, é regional e vinculado a processos de licenciamento ambiental da Petrobras, sendo conduzido desde Laguna/SC até Saquarema/RJ, dividido em 15 trechos. O Instituto Australis é responsável por monitorar o Trecho 2, compreendido entre Imbituba e Governador Celso Ramos.

Quanto ao Projeto Tamar, criado em 1980, atua no litoral brasileiro com o objetivo de recuperar tartarugas marinhas, promovendo ações de pesquisa, proteção, conservação e educação ambiental. Presente em oito estados do país, é internacionalmente reconhecido como uma das experiências mais bem-sucedidas de conservação da vida marinha, devido às suas iniciativas na preservação de animais ameaçados de extinção.